terça-feira, 28 de outubro de 2014

de 'o pinóquio' (e outras fábulas mais)...


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No tempo em que os animais sorriam...


Quando, cerca de duas semanas antes de as acções do BES passarem a valer zero, o Presidente da República disse que os portugueses podiam «confiar» no BES, toda a gente ficou mais ou menos convencida de que Cavaco Silva não ganharia o Nobel da Economia deste ano. 
Confirmou-se: o prémio foi atribuído a um francês, que tem optado por fazer declarações relativamente sensatas. Enfim, são estratégias. 

Neste momento, creio que Cavaco já percebeu que a Economia não o merece. E parece-me que começou a preparar a candidatura ao Nobel da Literatura, pois está com uma capacidade de efabulação prodigiosa e com um estilo muito fresco. Há, em Cavaco Silva, uma disposição para o maravilhamento, um impulso para observar o Mundo, para aquela operação poética a que Alberto Caeiro apelidava de «ver como um danado». O que é curioso, na mundivisão de Cavaco Silva, é que somos nós que ficamos danados com aquilo que ele vê.

Esta semana, o Presidente quis esclarecer «uma coisa completamente errada»: «os contribuintes não vão suportar os custos do BES»
É uma declaração do domínio da fábula, que é o mundo no qual Cavaco costuma viver. Para o Presidente, que vê vacas a sorrir e segreda palavras meigas ao ouvido de cagarras, o tempo em que os animais falavam é Hoje. Ora, vigorando na nossa economia a "lei da selva", que perspectiva pode ser mais acertada que a de La Fontaine? Que modo de observar a realidade pode produzir melhores efeitos que o da narrativa alegórica repleta de imaginação, fantasia e animais com características humanas? 

Se Cavaco diz que não vamos pagar os custos do BES, eu acredito assim como acreditei em Esopo... A história da cigarra e da formiga mostra-nos que é importante precaver o Futuro. A história da tartaruga e da lebre avisa-nos para os perigos da Sobranceria. E a história de Cavaco ensina-nos que os contribuintes não vão pagar o BES.

Há apenas uma diferença entre as fábulas clássicas e as do Presidente da República: as clássicas costumam acabar com uma moral; as de Cavaco, por se debruçarem sobre a nossa economia, terminam quase sempre com uma imoral. Também ensinam uma lição, mas é uma lição um pouco mais dolorosa.

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autor: Ricardo Araújo Pereira 
fonte: visão
data: 23 de Outubro de 2014
observação: os negritos, os itálicos, os sublinhados e os destaques são da minha responsabilidade


"deputado da nação" replica o texto acima para memória futura.

"deputado da nação" (re)afirma a sua concordância com as pertinentes observações do Autor.

"deputado da nação" nada mais tem a acrescentar.


"disse!"


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

subsidie-se a despesa, sff.

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se essa medida [corte de subsídios] tivesse feito o seu caminho, o nível de despesa que temos hoje era significativamente mais baixo, o resultado orçamental era muitíssimo melhor e provavelmente estaríamos a pensar agora, com a Economia a crescer previsivelmente 1,5% para o próximo ano, que aumentos e actualizações poderíamos fazer.

a despesa pública tem vindo a baixar ao longo dos últimos anos, mas não o suficiente para garantir que o Estado possa aliviar a carga fiscal quanto baste e aumentar o investimento público na medida das necessidades.

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fonte: visão
data: 21 de Outubro de 2014
observação: os negritos, os itálicos, os sublinhados e os destaques são da minha responsabilidade


"deputado da nação" considera que o actual Primeiro-Ministro é a pior afronta política que este "país à beira-mar (im)plantado"® conheceu desde o 25 de Abril de 1974.

"deputado da nação" afirma que, para lá das falácias proferidas pelo actual Primeiro-Ministro, poder-se-ia principiar por cortar no Orçamento da Assembleia da República, reduzir os vencimentos líquidos dos políticos e retirar o apoio financeiro de todos os contribuintes portugueses aos partidos políticos para encetarem as suas campanhas eleitoralistas e populistas, para se dar o (mais do que) merecido exemplo de baixa da Despesa Pública.

"deputado da nação" persiste em reiterar o desejo expresso na sua última "promulgação".


"disse!"




quinta-feira, 16 de outubro de 2014

da Realidade: da minha (que é bem diferente da tua)





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O Orçamento do Estado para 2015 vai ao encontro da perspectiva de crescimento e de estabilização que os portugueses têm. 

Tenho a certeza de que a generalidade das pessoas, gostando ou não do Orçamento, gostando ou não da política que é prosseguida pelo Governo, a percebem porque é aquela que a Realidade nos consente. E nós temos vindo, todos os anos, a aumentar o conjunto de expectativas que podemos sustentadamente ampliar para Portugal.

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depois destas palavras de «expectativa» e da leitura do Orçamento de Estado para 2015, o "deputado da nação" pede encarecidamente ao Pai Natal para que faça crescer um pinheiro (atravessado), num certo e determinado local onde o Sol não brilha, em cada uma das abéculas deste (des)Governo que teceram as linhas-mestras para o nosso actual descalabro.

este meu pedido «vai ao encontro da perspectiva de crescimento e de estabilização» que reitero desde o início em que este (des)Governo tomou posse.


"disse!"



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

«o drama, a tragédia, o horror»*


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* para quem não sabe ao que o "deputado da nação" se refere, ver aqui a explicação.


"disse!"



terça-feira, 9 de setembro de 2014

Portugal 'import-export' ©





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"arrefecimento" da economia mundial e da União Europeia (UE) em particular, estão a colocar um travão nas exportações portuguesas. 
As vendas de bens ao Exterior abrandaram de forma expressiva em Julho e praticamente estagnaram nos sete primeiros meses do ano. Como as importações continuam a crescer mais do que as exportações, embora tenham abrandado, o défice da balança comercial de bens voltou a aumentar.

Os bens exportados representaram 28 331M€ até Julho, enquanto as importações ascenderam a 34 280M€. O défice, nos sete primeiros meses do ano, ascende assim a 5 949M€ - uma diferença superior a 900M€ em relação ao saldo acumulado na primeira metade do ano. O mês de Julho foi o segundo mês em que o saldo negativo foi maior. 

O (des)Governo está a contar com um abrandamento das Exportações e com um crescimento mais forte das Importações. 
No Orçamento do Estado rectificativo, onde inclui previsões também para o comércio de serviços, as vendas ao exterior foram revistas em baixa, para 4,1% (quando em Abril a variação projectada para o conjunto do ano era de 5,7%); já as importações, antes nos 4,1%, passaram para 4,5%.

O abrandamento das exportações foi um dos factores, mas não o único, que levou o executivo a rever em baixa a previsão de crescimento para este ano – uma tendência que é igualmente antecipada pela OCDE, que prevê uma desaceleração da nossa Economia.

A procura interna desacelerou e o contributo para a variação homóloga do PIB caiu. A diminuição deve-se sobretudo ao abrandamento do investimento.

a procura externa líquida (o saldo entre as importações e as exportações) continua a ter um contributo negativo; mas, de Abril a Junho, esta variável teve um peso de -0,9 pontos percentuais para a variação do PIB, quando nos três primeiros meses do ano o contributo era de -2,3 pontos.

As despesas das famílias têm vindo a aumentar de forma moderada desde final do ano passado, mas o consumo privado também teve um desempenho menos intenso no segundo trimestre, com este indicador a abrandar para 1,7% (contra 2% no trimestre anterior).

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depois de ler a notícia acima,  o "deputado da nação" está convencidíssimo de que virá nova borrasca (de impostos) para levar de enxurrada as tempestades "semeadas" pelo actual (des)governo.
haja saúde para se continuar a ter um trabalho (in)decentemente remunerado para que tal se torne realidade...


"disse!"


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

'that Icelandic style'...



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25 de Abril de 2009: 

Um homem urina, num bar em Reykjavík (Islândia), no qual foram colocadas fotografias de antigos banqueiros, que fugiram do país quando a crise se instalou, alguns deles entretanto foram capturados pela Interpol, e com repercussões ao mais alto nível político...

o "deputado da nação" é apologista da importação desta ideia não-violenta, i.e., pacífica, para o actual clima económico-bancário nacional.


"disse!"


de um mentiroso (que não se julga coxo)...


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Era muito fácil dizer: não há aumentos de quaisquer impostos, mas não sei se isso é ou não possível.
Não há nenhum Governo que goste de aumentar impostos e este em particular não gosta mesmo! E se o fizermos é porque não há outra possibilidade de atingir as nossas metas.

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fonte: visão
data: 24 de Agosto de 2014
observação: os negritos, os itálicos, os sublinhados e os destaques são da minha responsabilidade


"deputado da nação" considera que, de facto, haverá mesmo lugar a novo aumento de impostos, por forma a retomarmos o "bom caminho" para recuperar (economicamente) o País da crise...
e subscreve, na íntegra, o seguinte comentário de hélder pereira:

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O problema é que, como já foi demonstrado ainda há pouco tempo, a palavra deste Primeiro-ministro tem um prazo de validade igual ou mesmo inferior ao dos iogurtes; 15 dias é quanto basta para "a coisa" azedar e dar o dito por não dito...

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"disse!"



quinta-feira, 21 de agosto de 2014

«sobe, sobe, balão sobre»



© Rodrigo | humoral da História
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Dívida pública atinge os 134% do PIB até Junho


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fonte: visão
data: 21 de Agosto de 2014
observação: os negritos, os itálicos, os sublinhados e os destaques são da minha responsabilidade


"deputado da nação" considera que, de facto, estamos no bom caminho para recuperar (economicamente) da crise...
e que certamente será demasiada coincidência a apresentação de novo orçamento rectificativo para a próxima semana...


"disse!"



quinta-feira, 19 de junho de 2014

de uma (hipotética) correlação...



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O Ministério Público [MP] está a acompanhar o buraco das contas do Banco Espírito Santo Angola [BESA] de 5,7 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros), a título de crédito concedido pelo banco de direito angolano detido maioritariamente pelo BES, sem que se conheçam os beneficiários económicos e os fins para que foi utilizado o dinheiro. 

[...]

Face às potenciais perdas de não recuperação destes empréstimos do BESA, o Estado angolano concedeu, no final de 2013, uma garantia de até 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 4,2 mil milhões de euros) por um prazo de 18 meses. Objectivo: evitar riscos sistémicos nos sectores financeiros de Portugal e Angola - uma situação acompanhada pelos reguladores dos dois países. 

Na sua edição de 07 de Junho de 2014, o semanário "Expresso" afirma que BESA desconhece os beneficiários de 80% da carteira de crédito e que ex-CEO, Álvaro Sobrinho, que saiu do banco no final de 2012, foi incapaz de esclarecer a quem foram emprestados aqueles 5,7 mil milhões de dólares, alegando que sempre prestou informação detalhada ao BES, nomeadamente sobre os grandes riscos, bem como ao BNA, e que os auditores da KPMG «nunca colocaram questões ou reservas relevantes» à apresentação das contas.

[...]

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fonte: económico 
data: 19 de Junho de 2014 
observação: os negritos, os itálicos, os sublinhados e os destaques são da minha responsabilidade


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O especialista em direito do trabalho, Prof. Jorge Leite, considera que as últimas alterações ao Código do Trabalho, propostas pelo actual Governo, não respeitam o princípio da Constituição da República, que consagra a contratação colectiva como um direito fundamental dos trabalhadores. 

[...]

«As alterações propostas à legislação laboral vão acentuar ainda mais os desequilíbrios já existentes e acentuados nos últimos anos», afirmou, lembrando que as alterações às leis do trabalho, nos últimos anos, foram feitas sempre com o argumento de pretender estimular a contratação colectiva. «Mas o resultado foi sempre o inverso»

O especialista considerou que os números relativos à contratação colectiva são elucidativos, nomeadamente tendo em conta as revisões do Código do Trabalho de 2009 e de 2012: em 2009 foram publicados 250 instrumentos de regulação colectiva de trabalho, que baixaram para 234 no ano seguinte, para 184 no ano de 2011 e para 93 em 2012.

«Estes números demonstram inequivocamente que as alterações legislativas tiveram o efeito contrário ao invocado e que estão a ter um efeito perverso de empobrecimento dos trabalhadores muito grande», concluiu Jorge Leite.

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fonte: jornal de notícias 
data: 19 de Junho de 2014 
observação: os negritos, os itálicos, os sublinhados e os destaques são da minha responsabilidade


o "deputado da nação" prevê um novo BPN, desta feita com o banco da família Espírito Santo, e tendo em linha de conta que as últimas notícias não indiciam nada de bom acerca dos "investimentos" realizados, que não só em Angola e com Álvaro Sobrinho no centro do "furacão" que se elucida:


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"deputado da nação", que conhece todas as dívidas de e para terceiros que possui, "estranha" como se pode alegar desconhecimento nos destinatários de empréstimos no valor de 5,7 mil milhões de dólares - apesar de quem avente que «a origem do buraco foram os empréstimos generosamente distribuídos por Álvaro Sobrinho a conhecidas figuras do regime angolano, incluindo vários membros do 'bureau' Político do MPLA».

"deputado da nação" correlaciona a notícia do "mistério de Angola" com a das opiniões do Prof. Jorge Leite, bem como com a notícia do trabalho de investigação do CES, pois que, não sendo vidente, também antecipa que a factura pelos "esquecimentos" do sr. Álvaro será paga pelos mesmos de sempre...


"disse!"



quarta-feira, 18 de junho de 2014

desses brutos lucros nacionais...



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O exemplo escolhido é o de um trabalhador que recebe mensalmente o salário médio praticado em Portugal: 962,4€. Ao fim de um ano, esse trabalhador terá perdido entre 351,4€ e 466€, com as alterações feitas, em 2012, às regras de retribuição pelo salário complementar, pela mudança nas condições da isenção de horário, pelo fim de quatro feriados e pela diminuição de três dias de férias. E isto sem contar com os cortes salariais e com o aumento dos impostos, que vigoram desde a chegada da 'troika'...

[...]

Este relatório do CES [Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra] estima que, com as alterações ao Código do Trabalho, a «efectiva transferência de rendimento, em favor das empresas» terá alcançado o valor de 2,3 mil milhões de euros anuais, graças ao aumento da contribuição paga pelos trabalhadores. 

«Os ganhos das empresas reflectem-se, de modo evidente, na redução das remunerações, dos seus encargos sociais, bem como no aumento do número de dias de produção sem encargos adicionais», continua o CES. Isso liberta, segundo as contas dos autores, uma verba anual, «calculada por defeito, no excedente bruto de exploração», entre os 1,5 e os 2,2 mil milhões de euros.

Para os trabalhadores, essas alterações às leis laborais tiveram um efeito contrário: perdas de rendimentos que oscilam, conforme os casos (o número de horas de trabalho suplementar e o número de feriados que passaram a trabalhar) entre 190,2 e 724,9 M€, por ano. 
Isso representa, para os autores do relatório do CES«uma apropriação gratuita de tempo de lazer dos trabalhadores, transformando-o em tempo de produção e, no caso do trabalho em feriados, na imposição mesmo de trabalho não remunerado».

[...]


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quarta-feira, 16 de abril de 2014

«ah!, bom...»



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São nos detalhes em que se costuma esconder o essencial destas entrevistas a primeiros-ministros, no horário nobre das TV's. Desta vez, a subtileza diz respeito aos rendimentos de todos os portugueses. Se em 2016, como admitiu Pedro Passos Coelho, «será ou não possível vir a desonerar salários e pensões», esta é, com boa vontade, a boa notícia a tirar de quase uma hora de entrevista à SIC.

«Desonerar» significa, neste contexto, aumentar, mas não é bem assim. Significa libertar de impostos e contribuições extraordinárias. E apenas tendo em conta o que eram esses rendimentos em 2011, antes do resgate. A subtileza é essa, adianta Passos Coelho: «O Governo já disse que não consegue repor os níveis de salários e pensões, em 2015, aos níveis do que estavam em 2011».

Outra subtileza: o Governo, garante o seu líder, «não vai alargar os cortes sobre salários e pensões. Não corresponde à verdade, nem faz sentido estar a criar nas pessoas essa ansiedade», garantiu o primeiro-ministro. Porém, alargar aqui não significa prolongar, significa aumentar. Porque o Governo vai, mesmo, manter os cortes por mais tempo: «Medidas temporárias vão ter de permanecer mais algum tempo enquanto a Economia não permitir a sua reversão».

É aqui que entra a «solução duradoura», que será apresentada até ao final de Abril - aqui sem nenhuma subtileza, foi uma promessa, reiterada, «isso é inequívoco». Qual vai ser? «Se eu tivesse a medida duradoura para apresentar, apresentava-a já, aqui!», garantiu o primeiro-ministro, admitindo que venha a ser inspirada naquilo que o Governo, há dias, considerava ser «uma especulação»: «A actualização das pensões não pode deixar de estar indexada a aspectos da demografia ou ao ritmo de crescimento da nossa Economia», afirma Passos Coelho.

Os pensionistas têm, assim, uma quase garantia: a de que a tal “solução duradoura” que será apresentada em breve «nunca será tão grande como é hoje a CES [Contribuição Extraordinária de Solidariedade]». Apesar de haver, nas palavras do primeiro-ministro, um risco de «insustentabilidade» no sistema de pensões.

De fato e gravata azul, e pin com a bandeira nacional na lapela, Pedro Passos Coelho anunciou, também, que pode vir a caminho uma má notícia para os trabalhadores do sector privado: «Não podemos aumentar salários acima da produtividade», defendeu, clarificando que não podia propor uma indexação, mas que teria de ser discutido um travão «para evitar que os salários aumentem de forma insustentável».

E, continuando, nos cortes para o Futuro, Passos defendeu a «possibilidade de introduzir um tecto quanto ao número de prestações sociais que cada um pode acumular».

Depois veio a convicção do primeiro-ministro sobre a natureza e a origem desta crise. «A função do Estado não é supletiva em relação à economia privada; o que provocou o aumento do risco de pobreza não foram as medidas [de austeridade]».

José Sócrates ainda andou na berlinda, em duas respostas, e isso ainda vai fazer correr muita tinta, porque o primeiro-ministro não foi exacto nos 10% de cortes salariais na Função Pública que atribuiu ao Governo anterior. Paulo Portas recebeu um cumprimento contido - «não anda a fazer turismo»- e uma lembrança pública quanto ao seu compromisso: «Não é uma peça qualquer». Só depois de «findas as nossas obrigações no Governo», garantiu Passos, é que ambos poderão decidir do seu futuro. Para já, «têm o dever» de concluir o mandato, o que seria inédito «porque nunca uma coligação de Governo, até hoje, concluiu o seu mandato».

A entrevista aproximava-se do fim. Os adjectivos soltavam-se. «impecável», a relação com o Presidente Cavaco. E depois, uma nova palavra, a «maçadoria» [sic] que Passos disse querer evitar aos telespectadores. Cada um julgará por si.

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o "deputado da nação" ainda não conseguiu parar de rir. com tanta alarvidade, pois está claro...



terça-feira, 25 de março de 2014

das (in)justiças da nossa terrinha...


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Lamentavelmente entra pelos olhos dentro que não é isso que está a acontecer. A Justiça falha e muito. O padeiro que roubou 70 cêntimos ao patrão é condenado a uma multa de 315 euros - e se não a pagar vai para a cadeia, onde pode, a título de boas-vindas, ser violado durante três dias consecutivos, como aconteceu ao contabilista na prisão da Carregueira. O banqueiro que foi multado em um milhão de euros - por falsificar contas, divulgar informação errada, manipular o mercado bolsista e entregar dados falsos ao regulador - não tem que pagar um cêntimo sequer e continua a levar "a vida airada" de milionário na sua maravilhosa quinta em Sintra.

A Justiça falha, e muito. Não sei se por corrupção, se por incompetência, se por maldade. Sei é que falha. E sei que não gosto nada de viver num País em que nós, cidadãos comuns, quando comparecemos perante ela, estamos expostos a dois vereditos - condenados ou absolvidos -, enquanto os poderosos beneficiam de uma terceira via: a prescrição - uma imoralidade que lembra a carta "Saia da Prisão", do "Monopólio", que guardávamos para usar quanto caíssemos nessa casa.

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autor: Jorge Fiel
fonte: jn.pt



o "deputado da nação" subscreve esta visão. na íntegra.



dos novos pobres...


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Cavaco imagina o Portugal de 2035, um país em que a dívida, em grande medida, já foi paga, e desceu para um valor próximo dos 60% do PIB. Para que isso aconteça, há que seguir a estratégia que, nos últimos anos, fez com que a dívida subisse de 90% para 120% do PIB. De acordo com as contas do Presidente, Portugal precisará de crescer 3% ao ano durante 20 anos seguidos para atingir este objectivo. No entanto, segundo pessoas que foram consultar dados, nos últimos 40 anos Portugal não conseguiu crescer 3% uma única vez. 

Tenho de ir reler o prefácio, porque não dei pela parte em que seres de outros planetas visitam o nosso país e o colocam no caminho do crescimento económico inédito, partindo dos escombros deixados por uma das maiores crises de sempre. É capaz de estar nas entrelinhas e eu, que sou um leitor pouco sofisticado, não percebi.

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autor: Ricardo Araújo Pereira
fonte: visão.pt


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É sabido que ainda precisamos de fazer descer o nosso défice público em 2015, nos termos que ficaram acordados com os nossos credores internacionais, para 2,5% do PIB. Não sabemos ainda com rigor, em termos de valor absoluto, o que é que isso vai significar. Mas haveremos de saber, dentro de algum tempo... Durante o mês de Abril terá de ficar clarificado... 
Será um "mix" entre medidas do lado da despesa e medidas do lado da receita, numa combinação que seja o melhor possível para reduzir o défice para 2,5% em 2015... 
Agenda escondida é que não há. Não há nada escondido! Não pode haver nada mais público do que isto!

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autor: Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho
fonte: público.pt


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[A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, deixou aos deputados do PSD uma nova forma de cobrar impostos no pós-troika: taxar os levantamentos que são feitos nas contas bancárias onde são depositados os salários e as pensões.]

Em vez de um imposto que desincentiva o rendimento, este incentiva a poupança. 


[Teodora Cardoso deixou ainda um alerta sobre o nível salarial.] 

Os salários não vão nunca subir muito. Portugal vai competir com países com salários baixos.

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autor: Presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso
fonte: público.pt


o "deputado da nação" considera que existe uma correlação entre o pertinente escrito de Ricardo Araújo Pereira e as (patéticas) afirmações dos dois altos responsáveis políticos que se lhe seguiram.
só ainda não descobriu qual foi.


"disse!"


quarta-feira, 12 de março de 2014

luxos...



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mais do que manifestos (válidos, é certo, mas que a UE diligentemente já se prontificou a rejeitar) o que o "deputado da nação" gostaria de sentir na sua depauperada carteira era a «reestruturação» das seguintes afirmações:

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Não podemos repor automaticamente os rendimentos salariais que as pessoas auferiam no início da crise. A única estratégia possível será indexar a reposição de salários e de pensões à retoma e ao desempenho económico.

É verdade que as medidas desenhadas pelo Governo, de cortes nas pensões e salários, foram apresentadas como transitórias, mas continuam a sê-lo. "Transitório" não é o que dura só um ano, mas o que é necessário enquanto a disciplina financeira o justificar.

Estou convicto de que os portugueses estão dispostos a este tipo de sacrifícios desde que sejam condição para um futuro melhor.

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sr. Primeiro, com toda a propriedade que me assiste peço-lhe:
emigre! acate o que os seus pares, neste (des)governo, incentivam os nossos jovens a fazer! e, se não for pedir muito, vá pela beirinha da estrada e pela sombrinha, pelas razões que se sabe...



"disse!"



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

e o meu «ajustamento salarial» será para quando?



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Para colocar a taxa de desemprego e o endividamento externo a um nível mais sustentável, os salários médios em Portugal ainda deveriam registar uma descida adicional próxima de 5%, defende a Comissão Europeia, no relatório da décima avaliação ao programa português.

[a CE] calcula que «para atingir um patamar alternativo de redução do endividamento a metade até 2023, os salários ainda estão entre 2% e 5% sobreavaliados», consoante o crescimento do PIB nominal que é considerado . Nestas contas, a Comissão assume que a Produtividade – outro factor que pode influenciar o saldo com o exterior - cresce de acordo com as previsões actuais.

A lógica seguida nestes cálculos é a de que uma redução do nível salarial de uma economia acaba por gerar um aumento da competitividade das suas empresas face ao exterior, resultando numa melhoria do saldo comercial, com mais exportações e menos importações.
Para além do desequilíbrio externo, a Comissão Europeia diz também que «Portugal precisa de garantir uma moderação salarial suficiente para absorver o desemprego». Neste caso, o que é feito no relatório é estimar o impacto que o nível salarial tem na procura de emprego por parte das empresas.

A conclusão a que Bruxelas chega é que «uma redução de um ponto percentual na taxa de desemprego requere uma redução dos salários reais de cerca de 2,4%». Como o objectivo, neste caso, é colocar a taxa de desemprego ao nível da taxa de desemprego estrutural, a redução salarial pedida é de cerca de 5%.

O Governo português tem insistido que o ajustamento salarial já foi feito.
Mas a moderação salarial é para manter. O salário mínimo deverá continuar congelado nos 485 euros e mantêm-se as restrições à extensão dos efeitos dos contratos colectivos (nomeadamente dos aumentos salariais) às empresas não filiadas nas associações que os assinaram.

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seguem-se três gráficos que o "deputado da nação" considera bastante elucidativos sobre a (des)proporcionalidade da «sustentabilidade» dos salários mínimos a nível mundial, e que colidem com as teorizações da Comissão Europeia e da "troiKa que os pariu:



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"disse!"


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

solidariedade institucional



© público


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Fiquei estupefacto, envergonhado e horrorizado ao verificar as despesas. 
Nunca pensei que um deputado se fosse instalar num hotel, a pedir coisas na piscina, em fato de banho, à custa da subvenção que também serviu para pagar gincanas de carrinhos de madeira, ou 65 viagens áreas entre o Continente e a Madeira - 34 só num dia. 
Há muitas despesas que não tinham nada a ver com a actividade parlamentar...
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o "deputado da nação" solidariza-se com o estupefacto lamento do sr. Procurador, Nuno Gonçalves, recomendando que as investigações continuem em bom ritmo e não se cinjam exclusivamente a esse jardim sito na "Pérola do Atlântico"



dura (e muito triste) realidade...



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Os nossos governantes têm-se preparado para anunciar, contentíssimos, que a Crise acabou, esquecendo-se de dizer tudo o que acabou com ela. 
A primeira coisa foi a Cultura, que é o património de um País. 
A segunda foi a felicidade, que está ausente dos rostos de quem anda na rua todos os dias. 
A terceira foi a esperança. 
A quarta foi o meu pai e outros como ele, que se recusam a ser governados por gente que fez tudo para dar cabo deste País - do País que ele e milhões de pessoas como ele, cheias de defeitos, quiseram construir: um país melhor para os filhos e para os netos. 

Fracassaram nesse propósito. Enganaram-se ao pensarem que podíamos mudar.
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"deputado da nação" solidariza-se com a comovente carta de João Tordo, filho de Fernando Tordo.



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

sem comentários.



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O Comité dos Direitos das Crianças da ONU alertou, esta Quarta-feira, na apresentação das conclusões da situação da infância em Portugal, para o impacto negativo das medidas de austeridade e da crise económicanas crianças portuguesas.

Na discussão com os representantes do Governo, «ficou claro que a crise financeira e as medidas de austeridade tiveram um impacto muito negativo sobre políticas e programas [sociais]. Isso não aumenta unicamente o risco de pobreza para as crianças, mas também a falta de acesso a serviços adequados e ao pleno gozo dos seus direitos», disse Maria Herczog, perita do Comité dos Direitos da Criança (CRC, na sigla em inglês), na apresentação do relatório de análise da situação da infância em Portugal.

[...]

Além da crise, a perita das Nações Unidas alertou para outros problemas em Portugal:

» Apesar de Portugal ter uma Estratégia Nacional Para a Integração das Comunidades Ciganas, o comité entende que a comunidade que contabiliza à volta de 60 mil indivíduos ainda enfrenta discriminações no mercado de trabalho, alojamento e educação, as quais tem um impacto devastador nas crianças ciganas.
O mesmo acontece com as pessoas de descendência africana, frisou.

» No relatório apresentado, esta Quarta-feira, o comité apontou ainda o facto de Portugal colocar crianças em instituições em vez de famílias, e manifestou-se particularmente preocupado com «um grande número de crianças com menos de três anos que ainda estão em instituições».

» O comité criticou também alguns aspectos do sistema de adopção considerando que não tem suficientemente em conta o melhor interesse da criança, como por exemplo a falta de acompanhamento dos futuros pais adoptivos.

» O comité recomenda que Portugal deve rever a sua legislação e de alinhar-se com a convenção e as normas europeias.

» No documento, o comité da ONU recomenda ainda uma melhoria no acompanhamento da violência doméstica e do trabalho infantil.

[...]

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

isso é tudo muito correlativo...



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diz que «a corrupção está generalizada, piorou nos últimos três anos e afecta o dia-a-dia de mais um terço da população portuguesa».

e que «cursos superiores de curta duração arrancam no próximo ano lectivo 2014/2015, durarão dois anos, mas não darão equivalência a nenhum grau académico».

e ainda que «em Novembro de 2013, Portugal já tinha quase meio milhão de jovens que não estudam nem trabalham - jovens entre os 15 e os 34 anos e que, ao contrário do que seria de esperar, não estão na escola e também não conseguem entrar no mercado de trabalho. Estão literalmente desocupados».


é opinião do "deputado da nação" que estas três notícias estão interligadas e correlacionadas entre si.
ou que, então, não estão e o "deputado da nação" está só equivocado.




"disse!"